Estou sentindo toda aquela raiva de novo e dessa vez o grito está entalado em minha garganta. Não sinto vontade de colocar minha velha máscara de um dia bom e minha roupa com arco-ires.
Não costumo falar sobre todo esse conflito. Em minha passividade vou vivendo e morrendo a cada dia, temendo pelo dia e pelas horas.
Eu fiz uma promessa, sobreviver...
Eu não vivo de verdade. Sinto meu peito subir e descer com a respiração, minha pulsação e consigo mover minhas pernas e braços. Mas, viver é querer estar aqui e sentir todas as possibilidades eletrizantes do dia-a-dia. E eu só permaneço convicta de sobreviver fisicamente a todos os anos que me restam, aí estão as minhas possibilidades. Espero pelo maravilhoso dia, no qual vou descobrir se existe o depois.
Daria tudo pelo depois
Juliana Cordeiro
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